quinta-feira, 24 de julho de 2008

FCA comemora centenário de locomotiva

A Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) está comemorando uma data muito especial: no próximo dia 25 de julho, a locomotiva nº 22, uma das quatro Marias-Fumaça em operação no Complexo Ferroviário de São João Del Rei, completará 100 anos de atividades.

A nº 22 é uma das locomotivas mais antigas ainda em funcionamento no país e foi fabricada na Philadelphia (EUA) pela Baldwin Locomotive Works como parte de uma encomenda feita pela extinta Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM), uma das primeiras ferrovias a entrar em funcionamento no país. Ao desembarcar no Brasil, foi transportada para São João Del Rei onde passou a fazer viagens ao longo de toda a malha da EFOM e em 1982 é incorporada ao projeto de preservação ferroviária de São João Del Rei.

Para marcar o aniversário da nº 22, a FCA recepcionará convidados no Complexo Ferroviário de São João Del Rei para uma programação especial com direito a uma viagem ao passado e um passeio noturno na Maria-Fumaça, no trajeto Tiradentes-São João Del Rei. Na ocasião, a nova marca da FCA será apresentada aos convidados.

Os moradores das duas cidades turísticas mineiras atendidas pela Maria-Fumaça também participarão da comemoração: estão sendo programados passeios na Maria-Fumaça durante o mês de agosto.

Preservação

O Complexo Ferroviário de São João Del Rei, o Museu Ferroviário e o passeio turístico na Maria-Fumaça entre São João Del Rei e Tiradentes fazem parte de um projeto de preservação da memória ferroviária mantido pela FCA, desde que recebeu a concessão para operação ferroviária em 1996.

Desde 2001, a FCA aplicou cerca de R$ 7,2 milhões na reforma das instalações físicas do Complexo, de locomotivas e vagões. Neste período cerca de 900 mil turistas foram transportados pela Maria-Fumaça e visitaram o Museu Ferroviário, o que dá uma média de 130 mil passageiros transportados por ano.

“Este projeto tem grande importância para a região. A Maria-Fumaça é um dos cartões-postais mais conhecido de São João Del Rei e Tiradentes. Além de manter viva a história ferroviária da região, atrai milhares de turistas por ano, o que acaba movimentando toda a economia local e o trade turístico das duas cidades”, comentou o gerente de trens turísticos da FCA, Marcos Teixeira.

FCA

domingo, 20 de julho de 2008

Trem funcionará só em 2009

Foi adiado mais uma vez o início da operação do trem do Cariri. A expectativa, agora, é de que o trem comece a funcionar no início do próximo ano. Antes, a previsão era para julho de 2008. Está sendo reapresentado ao Cariri o trem que fará a ligação entre Crato e Juazeiro do Norte com novas cores. O amarelo foi substituído pelo verde. O diretor da Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), Clóvis Picanço, informou que os quatro vagões já estão praticamente prontos. Faltam somente alguns detalhes. Está sendo cumprida a segunda etapa, que é a construção das nove estações no Crato e em Juazeiro.

Inicialmente, a frota será formada por duas composições, do tipo VLT com capacidade para transportar até 330 passageiros por composição, que serão formadas por dois carros climatizados com um sistema de ar-condicionado. A velocidade operacional será de 60km/h e a tração será a diesel hidráulica mecânica. Dois destes vagões já estão rodando, em fase experimental, na linha entre Crato e o distrito de Muriti, onde será construída a oficina de manutenção. Os outros dois vagões se encontram em fase de acabamento na fábrica Bom Sinal Indústria e Comércio Ltda, no município de Barbalha.


O projeto original incluía Missão Velha, Juazeiro e Crato. O projeto de viabilidade demonstrou que a extensão até Missão Velha aumentaria os custos em mais de R$ 20 milhões. “No projeto de ampliação, Barbalha será incluído”, garantiu o diretor-presidente do Metrofor, Rômulo Fortes.

O chamado triângulo Crajubar, formado por Crato, Juazeiro e Barbalha, possui uma população de 363.810 habitantes, em sua maioria vivendo em áreas urbanas. No entanto, nas épocas de festas e férias, a população flutuante sobe para mais de um milhão.

Ao apresentar estes números, o diretor-presidente do Metrofor cita ainda a forte ligação histórica com o transporte ferroviário de passageiros, existente até o fim dos anos 80 e o crescente processo de urbanização. Outra justificativa para execução do projeto, segundo Rômulo, é o turismo regional.

No fim de 2006, o então governador do Ceará, Lúcio Alcântara, anunciou a construção do Trem do Cariri. A inauguração estava prevista para fevereiro de 2007, porém em janeiro as obras foram paralisadas em virtude da mudança do governador do Estado, somente sendo retomadas em junho de 2007. A nova previsão para a entrega das composições foi adiada para julho de 2008. Sua implantação exigiu a remodelação de 13,6 km de malha ferroviária existente, recuperando a via permanente e retificando seu traçado para que as composições possam atingir maior velocidade entre as estações.

Em Juazeiro, serão construídas cinco estações e no Crato mais quatro. Os veículos deste sistema possuirão a velocidade máxima de 80 km/h e trafegarão a uma velocidade média de 60 km/h. As composições são movidas a óleo diesel.

Diário do Nordeste
Metrofor

Seria uma boa se este trem entrasse em circulação ligando a Barra ao Aeroporto Internacional aqui no Rio.

sábado, 19 de julho de 2008

Um exemplo de Logística no Transporte Ferroviário

Standard apresenta seus terminais em vídeo

A Standard Logística e Distribuição S/A disponibilizou um vídeo institucional que mostra suas unidades e terminais, bem como uma maquete eletrônica que exibe a seqüência produção, consumo e escoamento.

Atuando há oito anos na área de operações logísticas frigorificadas intermodais, a Standard abastece tanto o mercado interno quanto escoa a produção de seus clientes para o exterior. A empresa possui armazéns frigorificados, terminais de contêineres e terminais intermodais nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Opera também quatro terminais intermodais rodoferroviários em parceria com a ALL, concessionária da rede ferroviária, que escoam a produção das indústrias do interior do Paraná para o porto de Paranaguá e a produção das indústrias gaúchas para o porto de Rio Grande.

Clique aqui para ver o vídeo


Revista Ferroviária

Governo quer licitar ferrovia ainda este mês

Até o fim do mês, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) deverá publicar edital para licitação de uma nova concessão ferroviária - a Ferrovia da Integração Oeste-Leste, que liga Ilhéus, na Bahia, a Palmas, no Tocantins, conectando-se com a Ferrovia Norte-Sul.

A informação foi dada pelo economista Bernardo Figueiredo, que ontem foi empossado no cargo de diretor-geral da ANTT. Figueiredo, indicado por Dilma Rousseff (Casa Civil) para o cargo, também disse que a licitação da Ferrovia da Integração Oeste Leste será realizada 90 dias após a publicação do edital -ou seja, até o final de outubro. Entre as prioridades de Figueiredo, está o cumprimento do cronograma de licitação do trem-bala entre Rio e São Paulo.

Segundo ele, a publicação do edital e a concessão deverão acontecer no próximo semestre. A primeira ação vai ser a realização de audiência pública em agosto para colher informações sobre o traçado e a preparação das empresas para a licitação.

O projeto do governo é instalar o trem ligando o Rio a Campinas, passando por São Paulo, num total de 550 quilômetros e investimento estimado de US$ 11 bilhões. Na audiência pública, será discutida, entre outros detalhes, a quantidade de paradas no trajeto.

Pequim inaugura 2 linhas novas de metrô para os Jogos

A três semanas do início da Olimpíada, as autoridades de Pequim inauguraram neste sábado duas linhas novas de metrô e uma linha expressa que liga o aeroporto ao centro da cidade. Com um custo de US$ 3,3 bilhões, elas entrarão em funcionamento um mês depois do prazo inicial.

A linha 10 tem 25 quilômetros de extensão e cruza as regiões leste e noroeste. A outra linha tem cinco quilômetros e leva ao local das principais instalações olímpicas, como o Estádio Olímpico e o Centro Aquático. O terceiro trecho tem 28 quilômetros e liga o aeroporto ao centro financeiro de Pequim.

As novas opções de transporte público complementam um plano radical para a redução do uso de veículos motorizados a partir deste domingo. O projeto, cuja intenção é tirar de circulação cerca de metade dos 3,3 milhões de carros de Pequim durante a Olimpíada.

Estadão

Esta Notícia tem que servir de exemplo aqui no Brasil, se o Rio de Janeiro quer sediar as Olimpíadas de 2016 terá que fazer fortes investimentos em transportes públicos como este, a cidade precisa urgentemente que a malha metroviária e ferroviária seja estendida nos bairros da Zona Norte e Oeste, o ônibus não pode continuar sendo o único meio de transporte. Precisamos de uma política séria em infra-estrutura de Transporte Coletivo.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Ferrovia Norte-Sul deve entrar em operação já em 2009

A próxima safra de grãos do Tocantins já deverá ser escoada pela Ferrovia Norte-Sul, segundo sinalizou o consultor comercial da Valec, Josias Gonzaga, em audiência com o governador Marcelo Miranda, nesta terça-feira, 15, no Palácio Araguaia. A previsão é de que os trens comecem a transportar cargas em março de 2009, de Açailândia (MA) a Colinas (TO), quando os trilhos devem estar concluídos e uma das plataformas da ferrovia ocupada por empresas graneleiras – sendo que algumas empresas já mostraram interesse em participar do empreendimento, segundo o secretário estadual de Indústria e Comércio, Eudoro Pedroza, que também participou da audiência.

Em 21 de outubro, deve ser inaugurada a plataforma da Ferrovia Norte-Sul em Colinas. Em dezembro, deve ser concluída a de Guaraí, somando-se as de Aguiarnópolis e Araguaína, já inauguradas. Quanto aos trilhos, em território tocantinense, a ferrovia parte de Aguiarnópolis (na divisa com o Maranhão) e está chegando a Guaraí, passando por Araguaína, num trecho de 330 km.

Este prazo de operação comercial, para março de 2009, poderá até ser adiantado, a depender da ocupação da plataforma de Colinas, que deve ser a primeira habilitada ao empresariado. Na audiência, inclusive, Gonzaga tratou com o governador sobre a infra-estrutura de serviços públicos e de acesso a esta plataforma (pavimentação, energia elétrica e saneamento).

“A próxima safra de grãos já poderá ser levada para o Porto de Itaqui (rumo ao mercado exterior), e isso traz o desenvolvimento, o progresso, a oportunidade de empregos”, disse o secretário Pedroza, que acompanhou a audiência junto ao empresário José Henrique, da Camargo Correa; e ao presidente da Assembléia Legislativa do Estado, Carlos Gaguim.

A Ferrovia Norte-Sul atravessa o cerrado brasileiro interligando as regiões Norte e Nordeste ao Sul e Sudeste, colocando o Tocantins, por sua localização, como centro para o transporte de cargas no país. Juntamente ao transporte hidroviário, a modalidade de ferrovia é considerada a opção mais econômica para o escoamento de grandes cargas, levando larga vantagem sobre as rodovias.

Conexão Tocantins

Trilhos de volta em Petrópolis

Projeto estuda recuperar ferrovia para turismo na Região Serrana

Um estudo encomendado pela prefeitura de Petrópolis à ONG ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) vai avaliar a viabilidade técnica e econômica de se revitalizar a Estrada de Ferro Príncipe do Grão Pará, que vai de Petrópolis até Raiz da Serra, em Magé, para ser utilizada como roteiro turístico na Região Serrana. O pojeto está orçado em R$ 50 milhões.

O projeto de recuperação da antiga ferrovia, que se conecta à Estrada de Ferro Barão de Mauá, e que vai até estação de Guia de Pacobaíba, em Magé, foi apresentado às secretarias estaduais de Transportes e de Turismo, na última sexta-feira (20/6). Bastante detalhada, a proposta apresentada pela ABPF pretende fazer uma análise específica do que deverá ser feito para a revitalização da via férrea, que foi construída em 1883 e extinta em 1964.

De acordo com o levantamento preliminar feito pela associação, muitos trechos foram invadidos, se transformaram em ruas residenciais ou foram encobertos pela mata. O estudo deverá ser financiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e pela União, que participarão com 50% dos investimentos, cada um.

As secretarias estaduais de Transportes e de Turismo vão analisar, inicialmente, a solicitação de recursos para o detalhamento do projeto, para o tombamento da linha pelo Instituto do Patrimônio Histórico e para a recuperação da malha ferroviária.

Segundo o subsecretário de Transportes, Delmo Pinho, que participou da apresentação, o projeto está bem estruturado e tem boas chances de ser atendido, já que trará benefícios não só para a Região Serrana, mas também para todo o Estado do Rio de Janeiro, por se tratar de mais um pólo de atração turística, uma das vocações do estado.

- Este projeto contempla um dos principais tesouros da história ferroviária do Brasil. Além disso, é de grande importância econômica e social e uma atração a mais para os turistas - afirmou o subsecretário.

O projeto prevê a utilização de recursos e tecnologia modernos, mas preserva algumas características empregadas na antiga ferrovia, como o uso da cremalheira nos trechos de subida, mecanismo que aumenta a tração e possibilita ao trem vencer inclinações mais íngremes.

Este estudo faz parte de um elenco de projetos propostos ao Prodetur (Programa de Desenvolvimento do Turismo), um programa financiado pelo BID, com participação da União, para o desenvolvimento de projetos considerados importantes para fomentar o setor turístico. De acordo com Delmo Pinho, se aprovado, o projeto poderá ser implantado em até três anos.

SETRANS - RJ

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Trem no Rio é até sete vezes mais caro do que em Buenos Aires

Antropólogo compara nosso sistema com o argentino, onde passagens são subsidiadas. Lá, mesmo barato, transporte é criticado por conta de atrasos e vagões em mal estado.

Se nos gramados a disputa é acirrada, quando se trata de passagens de trem mais baratas nossos hermanos argentinos nos ganham de goleada. Essa é uma das conclusões de um estudo do antropólogo Lênin Pires que, após radiografar o cotidiano dos trens suburbanos do Rio por dois anos, fez as malas rumo a Buenos Aires, onde estudou o sistema ferroviário local de agosto de 2007 a fevereiro deste ano. Lá, as passagens variam de 0,60 peso – o equivalente a R$ 0,32 – a 1,85 peso, ou R$ 0,98. Por aqui, a tarifa é uma só: R$ 2,20.

“Quanto menos se desloca, menos se paga”, explica Lênin Pires, que faz parte do Núcleo Fluminense de Pesquisas da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Veja as fotos feitas durante a pesquisa

Ele explica que, mesmo após a privatização, as passagens são subsidiadas pelo governo argentino, motivo pelo qual são mais baratas. Além disso, de acordo com o contrato de concessão, caberia ao governo a compra de equipamentos e peças para a manutenção. Outra diferença é que, enquanto em terras fluminenses apenas uma concessionária explora os trens no estado, em Buenos Aires quatro empresas são responsáveis pela administração dos transportes ferroviários.

“O objetivo era fazer uma pequena comparação entre os dois sistemas. Fui para Buenos Aires com o interesse de comparar a situação dos ambulantes e me deparei com outro quadro. O sistema ferroviário é mais importante do que aqui”, diz o antropólogo.

Na capital argentina, a linha de trem vai mais longe, atendendo a Buenos Aires e províncias. Todos os dias, pelo menos dois milhões de pessoas chegam à cidade pelos trilhos. Grandes e pequenos terminais ferroviários estão conectados pelos serviços de metrô.

Bilhete único depende de mais estudos

No estado do Rio, desde 1998, o número de passageiros de trens passou de 45 mil para 500 mil por dia. Desse grupo, segundo a Supervia, 1% pertence à classe A e 80% estão nas classes B e C. São 225 quilômetros de linha férrea, 89 estações e cinco ramais, passando por 11 municípios.

A empresa alega que cobra uma passagem ainda menor do que os R$ 2,47 autorizados pela Agência Reguladora de Serviços Concedidos de Transportes (Agetransp) e que não conta com subsídios. O que pesa mais em seus custos operacionais é a energia elétrica.

O bilhete único, que seria uma forma de amenizar os gastos da população fluminense com transportes no estado, ainda depende de estudos e cálculos para sair do papel.

Segundo o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, o projeto, que já é realidade na cidade de São Paulo, prevê descontos de 35% a 40% na tarifa do segundo meio de transporte usado pelo passageiro num intervalo de duas horas. Ou seja, a pessoa que saísse da Central do Brasil e pegasse um ônibus, desembolsaria menos por essa passagem.

“Nós tivemos uma reunião na segunda-feira (30) com a secretaria de Fazenda e foram feitas solicitações de mais estudos para avaliar os custos, de como será paga essa gratuidade”, explica o secretário sobre o encontro de mais de quatro horas, que contou com a presença do secretário estadual de Fazenda, Joaquim Levy, e da empresa que implantou o bilhete único em São Paulo.

O objetivo é lançar o projeto em 2009. A pedra no caminho é justamente definir como as empresas serão compensadas por esses descontos: a idéia é que sejam concedidos benefícios fiscais por parte do estado.

“Com isso queremos trazer para a legalidade 2,4 milhões de passageiros que hoje usam o transporte irregular”, diz Júlio Lopes.

Serviço é pior para os mais pobres

Nas terras portenhas, no entanto, mesmo com o alívio no bolso, nem tudo são flores: nas áreas mais carentes, ao sul da cidade, a qualidade do serviço cai, afirma o antropólogo Lênin Pires. Enquanto os trens que circulam ao norte são mais novos, nas outras áreas as empresas brindam o público com atrasos e composições em mal estado.


“Segundo levantamentos que fiz, nas diferentes linhas havia registros de ocorrências de incêndios espontâneos nos vagões durante as viagens e descarrilamentos”, conta.

Se as queixas podem até se parecer com a de alguns passageiros por aqui, a reação a elas é bem diferente. O antropólogo conta que os argentinos se organizam em grupos para protestar contra a má-qualidade do serviço. Entre eles estão o “Pasajeros del Roca” e o “Pasajeros solidários”, que contam com blogs na internet.

“Os passageiros estão numa luta no sentido de protestar contra o trem-bala. O movimento quer um trem para todos. Eles acionam diferentes mecanismos institucionais para reclamar seus direitos. Aqui, seria inimaginável. Não há movimentos no sentido de reclamar melhorias”, compara Pires.

Ambulantes têm regras próprias

Assim como aqui, a circulação de milhares de passageiros favorece a estruturação de
distintos mercados de bens e serviços. Segundo o antropólogo, parte deles se estrutura informalmente, caso de comerciantes ambulantes que comercializam seus produtos não só nos trens, como nas ruas, nos ônibus e nos metrôs. Nas estações e nos vagões, eles criaram até regras para evitar conflitos.

“Fazia parte das regras não haver duplicidade de vendas no interior dos vagões. Um deveria sempre esperar o outro anunciar e vender seu produto para depois oferecer suas mercadorias”, explica o antropólogo, que acabou descobrindo em sua pesquisa uma Buenos Aires que não está nos cartões postais.

“Estamos acostumados a ver a Buenos Aires turística, com seus cafés maravilhosos, suas praças chiques e seus portenhos com traços europeus. Para dentro da cidade, como para a província, as mesclas étnicas são outras e variam também estilos arquitetônicos e dos serviços públicos. Mais ou menos como acontece conosco quando comparamos o Rio dos cartões postais com lugares bucólicos como Nilópolis, Mesquita ou mesmo uma Quintino da vida”.

G1

Um pouco da História aqui no Rio

Devido a falta de investimentos públicos na manutenção e expansão do transporte ferroviário, privilegiando o rodoviário, este sistema, que em 1987 chegou a transportar 900 mil passageiros por dia, passou a entrar em uma profunda crise, em que a degradação chegou a ponto de afetar a segurança das operações (acidentes), a pontualidade e a confiabilidade das viagens (constantes avarias e diminuição do número de material rodante em funcionamento), a segurança e limpeza das estações e composições. Isto resultou na queda constante e brutal do numero de passageiros, que em 1996 chegou a apenas 145 mil passageiros por dia.

Como parte de uma nova postura do poder público em relação aos transportes públicos, especialmente os sobre trilhos, a partir de 1995 o sistema passou para o controle do governo estadual (não mais federal), a ter suas operações subsidiadas e a receber diversos investimentos para sua recuperação por parte do Banco Mundial, do governo estadual e federal. Em 1998, a operação do sistema fora privatizada, tendo o consórcio SuperVia ganhado o leilão com um lance de US$ 280.000.000,00 dos quais US$ 30.000,00 foram pagos de ao Estado e US$ 250.000.000,00 serão investidos no sistema, sem subsídios.

A SuperVia, como parte do seu compromisso de concessão, alega ter investido R$ 300.000.000,00 realizando uma série de melhorias ao longo de todo o sistema, trocando dormentes e trilhos, tornando vários trens confiáveis, reformando algumas estações, melhorando visivelmente a limpeza, conservação e segurança dos trens e estações. Também, com dinheiro do PET (Programa Estadual de Transportes), do governo federal e com financiamento do Banco mundial reconstruiu diversas estações, a frota rodante foi ampliada em 3 vezes (Da frota herdada de 58 trens em funcionamento, apenas 35 eram confiáveis, ou seja, tinham condições de terminar uma viagem) para em torno de 150 através de um amplo projeto de reforma e modernização de composições que estavam paradas por absoluta falta de condições de funcionamento, ampliação da eletrificação do ramal de Gramacho até Saracuruna, instalação de climatização em algumas composições e recente compra de 20 composições realmente novas do Japão e Coréia (também com sistema de climatização central).

Estas ações resultaram, num curto espaço de tempo em um salto no número de passageiros que no início eram de apenas 145 mil pessoas transportadas por dia e que atualmente esse número se aproxima dos 500 mil passageiros por dia.

Descaso com a Central do Brasil

Um dos grandes monumentos turísticos do Rio de Janeiro está largado no tempo (literalmente). O relógio da Central do Brasil fica sem manutenção e as vezes fica parado, e a noite fica apagado.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública que é a responsável pela administração do relógio da Central do Brasil não tomou nenhuma providência, mesmo tendo sido mostrado este descaso no telejornal local da Rede Globo.


Saiba mais sobre a Central do Brasil

A Estação Ferroviária D. Pedro II, a Central do Brasil, é o ponto final dos trens que trafegam pela cidade. O prédio atual foi construído entre 1936 e 1945, durante o período do Governo de Getúlio Vargas, no local onde existia a primeira Igreja da Confraria de Santana, formada pelos negros. Esta Igreja foi demolida em 1855, para dar lugar à primeira Estação D. Pedro II da qual partiriam, em 1858, os primeiros trens da cidade, que iam até Queimados e serviam principalmente para transportar mercadorias. Em 1864, a Estrada de Ferro atingiu o Município de Barra do Piraí, em 1871, Porto Novo do Cunha, para escoar a produção das fazendas do interior para o Porto do Rio de Janeiro, e em 1877 a Estrada ligava o Rio de Janeiro a São Paulo.

A Estação ganhou um prédio novo em 1865, que foi feito seguindo a planta do engenheiro Jorge Radmarker, foi depois reformulado por Pereira Passos, que dirigiu a empresa por duas vezes. Em 1937 dela partiram os primeiros trens elétricos, inaugurados pelo Presidente Getúlio Vargas e pelo seu então Diretor, o General Mendonça Lima, em cuja gestão teve início a constução de sua monumental estação atual.

A Estação D. Pedro II, está localizada em um prédio de estilo aerodinâmico com abas baixas, que mordem na esquina a torre do relógio e tem sua verticalidade realçada por descer até o solo. Outros aspectos a serem considerados são: o coroamento escalonado da torre e o espaço bem iluminado da gare. Foi projetado por Roberto Magno de Carvalho e pelo Escritório Robert R. Prentice. O prédio possui uma torre de 135 metros de altura, que tem no seu topo o famoso relógio da Central do Brasil, que permite que de vários pontos da cidade se possa ver a hora.

Trem que levita sobre “trilhos de ímã” é aposta de professor para transporte urbano

A roda vai ficar no passado com a chegada da levitação magnética para veículos. A aposta do professor Richard Stephan, da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) tem um motivo: ele é o coordenador do projeto do primeiro trem desse tipo desenvolvido no Brasil, o Maglev-Cobra.

A idéia é substituir trilhos convencionais por “trilhos de ímãs” para transporte urbano de passageiros, a uma velocidade média de 70 quilômetros por hora, semelhante à dos metrôs.

“É uma levitação que é possível obter usando ímãs e supercondutores, efeito conhecido como diamagnetismo. Dentro dessa possibilidade se evita a necessidade de rodas e trilhos; é mais parecido com um avião do que com metrô”, detalhou hoje (16) o professor em apresentação do projeto durante a 60° Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

O veículo, segundo Stephan, tem vantagens comparativas de implantação, custos operacionais e gasto energético em relação a um sistema convencional de metrô sobre trilhos. "Uma das vantagens é que as obras de construção civil vão ser mais baratas. As obras de construção civil representam o maior custo na implantação de qualquer transporte urbano. Estimamos que o custo pode ser reduzido a um terço do valor de um metrô subterrâneo”, compara.

“Além disso, enquanto a relação de quanto de energia é necessário para movimentar um passageiro por um quilômetro é de 2,8 mil quilojoules [unidade de energia] para um carro e até 4,2 mil para um avião, é de 25 no Maglev”, lista.

O trem será composto de módulos de um metro de cumprimento – com capacidade para oito passageiros cada –, que, articulados, dão ao veículo formato semelhante ao de uma cobra. A estrutura também permite que o veículo faça curvas de 30 metros de raio, enquanto os trens convencionais precisam de pelo menos 150 metros, o que demanda mais custo e espaço disponível para implantação.

O Maglev-Cobra deve ganhar uma linha de testes de 114 metros dentro do campus da UFRJ. A construção do projeto depende do financiamento de cerca de R$5 milhões, que o pesquisador pediu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Esse valor é quatro mil vezes menos que o Brasil gasta por ano com acidentes rodoviários”, compara. A liberação dos recursos deve ser definida até a próxima semana.

Até 2010, a meta é instalar uma linha de três quilômetros de trilhos de imã para o Maglev-Cobra dentro da Cidade Universitária da UFRJ, entre o hospital e reitoria. A linha serviria de início para o ambicioso projeto de ligar o Aeroporto do Galeão à Praça da Cinelândia no centro do Rio de Janeiro. “Como o veículo é silencioso, vai poder ser colocado em vias elevadas, ou margeando rios, canais, em canteiros centrais e isso vai baratear a obra”, calcula.

“Além de transportar pessoas, a idéia é impulsionar tecnologias. O paradigma de transporte público no Brasil ainda é o metrô. Estamos propondo um modelo para o século 21", argumentou.

Agência Brasil

Estação Ferroviária Abandonada

Em 1923 a antiga Estrada de Ferro da leopoldina, inaugurava-se o terminal ferroviária de Barão de Mauá, cujo o nome é em homenagem ao grande Irineu Evangelista de Souza (Barão de Maúa), que foi o pioneiro na construção de ferrovias no Brasil. Mas Infelizmente a estação foi desativada para o transporte de passageiros em 2001, e o Ramal de Gramacho, foi transferido para o terminal de D. Pedro II (Central). Atualmente, o terminal é administrado pela Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística (CENTRAL), e não é utilizado para servir a população, com o objetivo de integrar aos demais transportes, e melhorando a qualidade de vida da população. É somente utilizado para produções de eventos musicais, e gravações de novelas. Existe um verdadeiro abandono do Patrimônio histórico cultural. O terminal em si, fica a maior parte do tempo vazio e fechado. Mas muitas pessoas como eu, ainda sonham com a revitalização e a abertura da estação da Leopoldina, para que volte a ser uma estação de trem.



O terminal foi construído para unir o centro do Rio de Janeiro a Petrópolis e Três Rios, e foi administrado por diversas empresas (RFFSA, CBTU, FLUMITRENS e CENTRAL). Uma pequena parte do terminal é a mais antiga do Brasil, construído por Barão de Mauá em 1854, no qual unia o porto de Mauá (Guia de Pacobaíba) à estação de Raiz da Serra (Vila Inhomerim). O trecho entre esta última e a estação de Piabetá foi incorporada pela E. F. Príncipe do Grão Pará, que construiu o prolongamento até Petrópolis e Areal entre os anos de 1883 e 1886. Finalmente a estação de Areal foi unida à de Três Rios em 1900, já pela Leopoldina. Finalmente, o trecho entre o a estação de São Francisco Xavier, na Central do Brasil, e Piabetá foi entregue entre 1886 e 1888 pela chamada E. F. Norte, que neste último ano foi comprada pela R. J. Northern Railway. Finalmente, em 1890, a linha toda passou para o controle da Leopoldina. Em 1926 a linha foi estendida finalmente até a estação de Barão de Mauá, aberta nesse ano, eliminando-se a baldeação em São Francisco Xavier. O trecho entre Vila Inhomerim e Três Rios foi suprimido em 5 de novembro de 1964. E o ramal de Vila Inhomirim administrado pela CENTRAL, encontra-se operando até a estação de Saracuruna (Duque de Caxias), onde existe uma integração com os trens metropolitanos do Rio de Janeiro.

Como a estação deixou de ser utilizada definitivamente para embarque de passageiros, a fachada encontra-se abandonada, pichada, e seu interior virou um verdadeiro depósito de trens e carros abandonados. Existem hoje alguns projetos para a sua transformação em museu ou shopping center, mas nenhum deles foi concretizado. Esperamos que a construção do trem-bala ligando Rio a São Paulo, possa revitalizar o terminal.


CENTRAL


quarta-feira, 16 de julho de 2008

Ferrovia é a Solução

Este Blog é para quem acredita que o transporte ferroviário seja uma grande ferramenta para o desenvolvimento de um país ou de uma região.

Uma região provida de linhas ferroviárias tem um desenvolvimento industrial e comercial muito maior, gerando emprego e renda para sua população. Além disso, ao conectar-se a fronteiras continentais ou portos, amplia consideravelmente sua capacidade de exportação, fortalecendo ainda mais a economia local.

Outros benefícios:
- Ótima relação custo/benefício: só perde para o transporte fluvial. Este, porém, necessita de grandes extensões de rios navegáveis, o que poucas regiões no mundo oferecem.
- Segurança: proporcionalmente, a quantidade de acidentes ferroviários é muito menor do que nas rodovias.
- Meio-ambiente: uma composição ferroviária libera muito menos poluentes do que veículos rodoviários, por tonelada de carga.